Do alto do Cerro...

...seculos de história indígena te contemplam e, ele, Nheçu, foi um dos primeiros líderes a perceber os problemas que a aculturação branca trazia para o continente de Nuestra America del Sur!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sitio arqueológico em Roque Gonzales

Por João Weber Griebeler
Certa feita, foi me repassado um recado, “em curva”, quando comentei aqui no Jornal Igaçaba, meses atrás, sobre a existência de sítio arqueológico no Salto Pirapó, sob pena, ressalvaram, de que essa descoberta fosse interromper os trabalhos de construção da Usina Salto São João.
As descobertas de vestígios dos guarani que aqui transitaram é coisa comprovada!
As pontas de flechas, por exemplo. Calcula-se que elas eram fabricadas por caçadores colhedores de alimentos e, isto teria começado a ocorrer a partir do ano 7 mil a. C. , ou seja 9.000 atrás, estando aí algo a ser comprovado pela datação histórica dos objetos encontrados por meio de Carbono 14, ou outros tipos de medição temporal, pois se calcula que a nação guarani teria começado a se manifestar a uns 3 mil anos atrás.

Pontas de flechas, encontradas por Aldino Spohr nas margens do Rio Ijuí, no Salto Pirapó, próximas das cachoeiras do Salto, sendo esta uma característica de se descobri-las nas margens de arroios e rios com cachoeiras, provando ser o Salto Pirapó, “lugar onde o peixe salta”, um local regional para abastecer as tribos com carne de peixe.
Segundo avaliações, as pontas de flecha seriam de pedras diferentes daquelas existentes no leito do Rio Ijuí, tendo vindo parar ali pelo uso de flechas na pesca dos peixes, quando subiam o rio.
O índio ficava de espera e, quando surgia um peixe grande, disparava a flecha, ou lança, fisgando o incauto!
As pontas de flecha começaram a ser utilizadas por caçadores no período Neolítico, ou cerca de 4 mil anos a. C!
Boleadeiras e Machadinha, depositadas na Lancheria Dani, foram reunidas por Iraci Luft, após serem encontradas na antiga propriedade de seu pai, Aldino Luft, no Salto Pirapó, a cerca de 1 quilômetro da margem do Rio Ijuí. Também acompanhava o conjunto cacos de cerâmica e a área em torno dessa descoberta, formava um solo de coloração diferente (barro preto), num círculo de cerca de 20 m2, mostrando que o local se destinava a produção de objetos de barro cozido.

Panela e Machadinha – o presidente da Associação Nheçuana, Giani Schmidt da Silva, entrevistou Ademar Caye e esposa, antigos moradores do Salto Pirapó, sobre o encontro de vestígios de panelas e uma machadinha indígena guarani. Notem o trabalhado da face externa da panela, sendo no interior liso, para cozinhar alimentos.
O Rio Uruguai, que se interliga com o Rio Ijuí, no Distrito de Rincão Vermelho, na Barra do Ijuí, é depositário de muitos vestígios arqueológicos importantes na margem castelhana, como Garruchos e Santo Tomé, entre outros locais, comprovando o transito das tribos indígenas por barco no decorrer dos séculos.
MAIS VESTÍGIOS - As boleadeiras eram utilizadas para caçar, derrubando os animais em fuga.
A machadinha era escavada na rocha, com fio próprio para cortar, utilizadas na caça e nas lutas com tribos inimigas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário