Por João Weber Griebeler
Missões Jesuítico-Guaranis, livro mais recente do Bispo Emérito, Dom Estanislau Kreutz, que por longos anos administrou os paroquianos da Diocese Angepolitana e agora , como escritor, lança obra histórica, trazendo a lume, diversos aspectos novos para quem se dedica ao estudo da História Missioneira!
Uma curiosidade é que os pesquisadores católicos, não fazem citação de textos de qualquer autor, este tem que merecer credibilidade perante o clero, para ser referência. Na bibliografia dos livros utilizados para escrever este obra, diversos autores não comparecem, talvez por fazer conjeturas não confirmadas.
As novas informações são, na maior dos casos, oriundas do livro Misiones y sus pueblos de Guaranies, de Guliullermo Furlong, publicado na cidade argentina de Posadas, Misiones, no ano da graça de 1979, com 788 páginas, sendo este o mais citado.
O livro traz uma ordenada síntese histórica das Missões, seu cotidiano, ideal para estudantes de todas as idades. Um ABC enxuto, vivaz, com os dados novos já referidos. Exemplo: muitos padres jesuítas eram boticários ou farmacêuticos, além de médicos-cirurgiões, pois para se embrenhar na mata cerrada, cumpria ter um mínimo de assistência da saúde. Um dos motivos da quebra do sistema de reduções foi que após a expulsão dos jesuítas, estas ficaram sem assistência médica.
Voltando à análise de Missões Jesuítico-Guaranis, vejo que a busca de uma TERRA SEM MALES na terra vinha através das escolas, que existiam em todas as reduções, onde os jovens curumins recebiam instrução, com enfoque na música, sendo que a conquista da terra indômita foi realizada ao som de muitas melodias, não esquecendo que o sino das reduções foi uma novidade que atraia e, ao mesmo tempo, causava temor. Um cristão neófito não devia viver longe de seu campanário!
Segundo Dom Estanislau: “Os índios eram lentos no serviço, conversadores e matistas.” (Tomadores de chimarrão, a erva mate). Havia uma metódica distribuição de tarefas. Ignácio de Loyola, fundador dos Jesuítas era militar, daí o senso de organização da Ordem Religiosa que ele reuniu em torno de si.
Assim, “duzentos índios ocupavam-se em cada redução com a criação de gado. Cem se prestavam a espantar as caturritas daninhas na plantação. Os ervais contavam com o trabalho de quinhentos e mil índios. Havia que limpar a terra, cultivá-la e, em tempo de seca, regar os ervais.” Aqui há um dado interessante, pois as Missões, hoje, quase não produzem mais erva mate. Será por este pequeno detalhe da laboriosa irrigação que os indígenas faziam em tempos de estiagem?
Como Pastor, esclarecedor é o apanhado que o Bispo faz da atual situação das paróquias católicas das Missões, que, em síntese, são a presença física que restou das antigas reduções missioneiras em nossa região.
Para adquirir o livro, contatar à Livraria da Cúria Diocesana ou à sua paróquia, que é onde adquiri o meu exemplar.
Tel: (55) 3313-5263, com Marlene.
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