Do alto do Cerro...

...seculos de história indígena te contemplam e, ele, Nheçu, foi um dos primeiros líderes a perceber os problemas que a aculturação branca trazia para o continente de Nuestra America del Sur!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O eterno Bombeador da história!

Por João Weber Griebeler – HISTORIADOR
Enquanto se procura arranjar atrações turísticas para Roque Gonzales, temos aqui algo único e de alcance mundial, que é a historia de Nheçu, legada para nós desde 1628 e que nunca obteve qualquer benefício de apoio e divulgação de parte dos poderes constituídos!
A sina de Nheçu parece ser a de viver à parte da história oficial, por ser autêntico e defender seus pontos de vista, ser para sempre um eterno “Bombeador” lá do Cerro do Inhacurutum.
Nheçu somente será mais conhecido quando a comunidade assumir essa divulgação como um todo engajado, quando percebermos que temos essa imensa riqueza adormecida, escondida onde outrora eram matas repletas de vida, bichos e de nascentes d´águas límpidas, onde a Natureza era respeitada, sem o uso de pesticidas e de secantes do verde, pois Nheçu, e todos os índios, sabiam que para viver, tinham de manter a Natureza Viva...
Agora Nheçu vem sendo muito lembrado, está adquirindo status de galã, mas houve épocas em que isso era diferente, período em que defender um índio era alguma coisa de impensável. Recordo de certo episódio acontecido, onde se “repartiu” a história da 1a Fase das Missões (1610-1637) e disseram para mim: “Você fica com os bugres e eu fico com os padres”!
Pois, com muita honra e sobriedade, eu continuo “pensando” como índio, para poder escrever com fundamento.
Aliás, falando nessa história recente, observem determinadas pessoas que se fizeram presentes na constituição da Associação Nheçuana, também elas, particularmente, ou suas famílias, foram artífices da construção e edificação do Santuário de Assunção do Ijuí a partir de 1988, em honra a um dos Três Mártires das Missões, o padre jesuíta João de Castilho, martirizado pelos aliados de Nheçu, a mando do cacique.
Isso se pode considerar um avanço, num sinal dos tempos com a mudança dos costumes, valorizando a autenticidade de Nheçu em defesa de seus direitos à vida tribal, em face de outros costumes!
Considerando que essa é a nossa possibilidade de sobressair ao mundo com algo único, com verdadeiro interesse turístico e cultural, voltamos a falar de Nheçu nesta edição, assim iremos falar de Nheçu e, voltaremos a falar de Nheçu!

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