Por João Weber Griebeler
Antigamente, as estradas eram formadas pelos rios, os verdadeiros caminhos por onde se deslizava em canoas com a força dos remos. Assim, o Rio Ijuí pertencia a uma rota percorrida pelas tribos guarani mbya.
Como a denominação de Pirapó quer dizer “lugar onde o peixe salta”, o local era uma parada obrigatória na migração indígena.
O traçado de navegação indígena tem importantes conexões com o Rio Uruguai, com o Paraguai, local de origem desta etnia. Foi este um dos caminhos mais percorridos pelos primeiros padres jesuítas quando aqui estiveram em 1626 e 1628, Roque Gonzales, João de Castilho e Afonso Rodrigues.
Estes locais de parada serviam para descanso da tribo, assim como em épocas da pesca ser farta. Para os índios, não existia a escravidão do relógio e do calendário. Viajava-se quando dava vontade, dormia-se onde podia abrigar-se das feras à noite, onde a comida se mostrasse e, nesse particular, o Lugar Onde o Peixe Salta, as quedas do Salto Pirapó, era uma excelente pedida!
O fogo já era conhecido pelos indígenas, porém a forma como serviam suas panelas para cozer os alimentos não era como a conhecida maneira de pendurar a panela por sobre a fogueira, já que um objeto de argila aquecido não suportaria ficar suspenso. Dessa forma, aquecia-se uma pedra no fogo e jogava-se dentro da panela!
Nos informa o historiador argentino, Alejandro Larguía, de Posadas: “Sem dúvida, houve assentamentos dos guaranis em toda área das bacias dos rios Ijuí, Piratini e Camaqua, bem provado está pela fundação de São Nicolau de Piratini pelo santo Roque Gonzalez com cola-boração dos caciques guaranis, amigos de Nicolas Ñenguiru o primeiro cacique convertido da banda oeste do rio Uruguai. Toda a banda oriental do rio Uruguai tinha muitos assentamentos guaranis até o rio Ibicui, perto de Itaqui.”
Na sexta-feira, 30/11, encontramos o Sr Albano Caye junto a Pedra Fundamental e ele reanimou aquela conversa existente sobre a descoberta de uma panela indígena ali nas proximidades, esta panela de argila teria vindo a superfície partida pelo arado conduzido por seu filho Ademar Caye, que fez o achado ao arar a terra para plantio da lavoura.
Nos dirigimos à Assessora de Imprensa da Eletrosul, Adriana Haas, que nos encaminhou para a bióloga Juliana Felden, a qual marcou uma visita de reconhecimento com o Sr Albano Caye para demarcar a área de um possível sítio arqueológico e encaminhar pedido da vinda de arqueólogos para pesquisar na referida área, que pertence à Eletrosul.
Poderá se estar assistindo a um embrionário museu indígena, com achados referentes ao 1o Ciclo das Missões (1626-1637), algo que nem São Miguel das Missões possui, por pertencer ao 2o Ciclo das Missões (1682-1767)!
Trata-se de um potencial de riqueza turística fenomenal, por inexistir algo que se enquadre a isso!
O sítio arqueológico em questão, nos informa também o Sr Aldino Spohr, com que quem fizemos matéria no mês de maio, sobre sua coleção de pontas de flecha de Pedra Lascada, fica junto ao capão de mato, que ainda existe, em área da usina a ser preservada, a cerca de 200 metros de onde foi lançada a Pedra Fundamental na sexta-feira, 30 de novembro. .
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