sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Antes, o mundo (e os índios) existia!
O Rio Grande do Sul teve início com a vinda do Padre Roque Gonzales, lá por 1619, quando começam a haver as primeiras tentativas de penetração do que viria a ser, futuramente, o solo gaúcho. Com um pouco de investimento em pesquisas históricas, nós podemos provar, “preto no branco”, como diriam os antigos, que o primeiro local que o homem branco colonizador (o Padre Roque) pisou no RS foi na Linha Itaquararé no Distrito do Rincão Vermelho! Basta querer demonstrar tal fato de maneira insofismavelmente, com provas históricas e, é bom que isso seja feito logo, antes que a água da barragem da Usina Binacional de Garabi, a ser construída em Garruchos, inunde o local! O Passo do Padre em São Nicolau foi palco da 1a missa em solo gaúcho, ninguém está questionando isso, mas para que tal fato ocorresse, houveram inúmeras tentativas, sempre repelidas pelos índios indômitos. Melhor dizendo, o Padre Roque Gonzales chegou a cruzar o Rio Uruguai e pisar em terras rinconenses, mas logo saiu corrido dali, devido ao fato de ser nossa região, então, um baluarte do poderoso Cacique Nheçu, privilegiado com os postos de observação do Serro Pelado (Porto Xavier), Cerro do Inhacurutum (Roque Gonzales) e Cerro do Monge, na Argentina. Aliás, é o papel guerreiro e independente dos índios guarani, ainda sem o cabresto da religião, principalmente do Cacique Nheçu, que ainda não foi devidamente dimensionado pelos arremedos e tentativas de explicar a verdadeira História das Missões. Os padres jesuítas, a serviço do reino da coroa espanhola, o mais poderoso império colonialista da época, atacaram logo a fonte do poder de influência dos caciques e pajés: a poligamia. Dizem que Nheçu tinha 30 esposas. Ora, eram também 30 famílias a pelear pelos interesses do genro e cunhado, daí o imenso alcance do clã familiar numa sociedade que não tinha dinheiro para comprar vassalos, nem cargos públicos para pendurar os aliados… Ao atacar esse modo de vida tribal primitivo, os padres jesuítas demoliam a estrutura e força política local dos autênticos líderes, como Nheçu. A Europa recém saia do período de trevas da Idade Média e ingressava, pobre e com fome, no Renascimento, que se tornava faustoso com as riquezas do ouro e da prata, roubados pela cruz e espada, aos índios nas Américas! O Giani Schmidt da Silva, também músico e irmão do Beto Gonzales, tem uma interpretação original para com a verdadeira devoção que todos os municípios das Missões prestam embevecido culto à Cruz de Caravaca, aquela que existe em todos os trevos de acessos às nossas cidades missioneiras. (JWG).
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